segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ponto de vista, Silva Porto ou Marques de Oliveira

Não conhecia Marques de Oliveira intimamente como conhecera Silva Porto, esse adorável pantheista, para quem o ciciar de uma folha era uma voz da alma, o preludio de uma canção, que elle imprimia na tela, transformando-a num poema, que o seu culto pela natureza engrandecia.

Recanto de aldeia, Póvoa de Varzim, Marques de Oliveira c. 1882.
Imagem: MNAC

Se Silva Porto pôde ter um successor é de certo Marques de Oliveira quem occupará esse logar, embora a sua maneira de interpretação seja bem diversa e outro o modo por que a sua sensibilidade é emocionada [...]


Bairro dos pescadores, Póvoa do Varzim, Silva Porto, c. 1881.
Imagem: Hemeroteca Digital

Em companhia de Silva Porto, que ia estudar paisagem, partiu logo para Paris. Ahi foi seu mestre Cabanel, e frequentou também o curso nocturno d'Yvon. Expoz no Salon de 1876 um bello retrato de senhora, partindo n'esse mesmo anno para a Itália, ainda em companhia do seu mallogrado amigo, percorrendo n'essa occasião juntos a Bélgica, a Hollanda, a Inglaterra e a Hespanha. (1)


(1) Ribeiro Arthur, Arte e artistas contemporaneos,
Illustrações de Casanova & Ramalho, Pref. de Fialho de Almeida, 1896, Livraria Ferin, Lisboa.

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